Apenas sinta a água. Imagine-se em uma gota,
percorrendo o caminho de um rio. Como a água flui! Não há nada que a pare. Às
vezes, temos as corredeiras, que com sua violência magnífica, limpam, purificam
toda a água. E depois há o espetáculo das espumas, e o banho que purifica.
A água flui. A vida flui. Água parada… Não no
rio. O rio representa a força da vida. Ele sempre sabe o seu caminho, ele nunca
para, ele se autopurifica, ele deixa pra trás a sujeira.
Vai com a vida! Vai, como as águas do rio! Que se
purificam com a violência quando é necessário, mas que estão sempre fluindo.
Isso é vida! É fluir. Deixa no banho da cachoeira todas as mágoas, todos os
rostos infelizes que pairam nessa poça no seu coração. Deixa ir embora!
Recomeça! Pega o que é bom, e deixa as mágoas irem embora. Perdoa, e deixa ir
embora. São todos humanos como você; todos erram como você, todos tem desejos
como você, todos sofrem como você. Deixa ir embora! Pra que se apegar?
Eu deixo ir embora. Porque eu tenho o meu caminho
a percorrer, e elas tem o delas. Esses lugares, esse orgulho... Eu deixo ir
embora.