"O Amor é a força mais abstrata, e também a mais potente que há no mundo"

(Mahatma Gandhi)







quinta-feira, 7 de maio de 2015

Desistir | Giving up

Desistir é difícil. Em nossas vidas adultas, desistimos constantemente sempre que fazemos uma escolha. Na maior parte das vezes, no entanto, desistir não é tão difícil, porque, quando se trata da maior parte das escolhas, não estamos realmente envolvidos com as opções que deixamos para trás – porque estamos mais interessados na que escolhemos ou porque não estamos emocionalmente envolvidos. O problema é quando precisamos escolher. A questão é que fazemos escolhas o dia todo, automaticamente, e mesmo quando precisamos pensar a respeito delas isso não nos afeta como algo importante. No entanto, quando temos algo a perder, algo com o qual nos importamos, aí está o escolher de fato, quando os conflitos aparecem e precisamos superá-los tomando uma decisão.
Há algumas técnicas para nos ajudar, como uma lista de prós e contras. É ótimo porque nos forçamos a pensar racionalmente – muitas pessoas acham difícil quando estão emocionalmente envolvidas –, e nossas premissas e emoções inconscientes terão a chance de se mostrar.
Desistir de algo que já conhecemos, com o qual já estamos acostumados, é um risco que não costumamos estar dispostos a correr. E então nos perguntamos: qual é o desejo que vem de dentro, do meu eu mais profundo? Uma lista é útil, nos faz pensar racionalmente e perceber coisas cobertas de nossa consciência. No entanto, a decisão deve ser tomada nas profundezas de nosso ser; ela deve vir de um real desejo de nossas almas.
O que é realmente assombroso é que a decisão já foi tomada em um nível mais profundo, gerando conflito com as nossas camadas mais superficiais e duras, aquelas mais próximas da vida tangível e apegadas ao conforto e à estagnação. O que é interessante é que, porque uma decisão já foi tomada, e porque essa decisão gera conflito com as camadas mais duras de nós mesmos, precisamos nos mover, somos retirados de nossa zona de conforto e obrigados a escolher. Talvez o conflito entre as camadas já tenha estado presente por algum tempo, mas chegou ao ponto decisivo. E é apenas quando temos a coragem de encarar todas as nossas camadas que podemos começar a desistir do conforto e dar mais um passo em direção à nossa própria luz. É apenas então que começamos a mexer em todas essas camadas e transformá-las em uma versão mais conectada, consciente e completa de nós mesmos. É um processo longo e rico, algo a que poderíamos chamar “viver verdadeiramente”.

Giving up
Giving up things is difficult. In our adult lives, we do it constantly every time we make a choice. Most of the time, though, giving up is not so hard, because, when it comes to most choices, we are not really attached to the options we're leaving behind - whether we're more interested in the one we chose or we're not really interested in the subject, not emotionally involved. The problem is when have to make a choice. The thing is, we make choices all day long, automatically, and even when we have to think about them, it doesn't usually strikes us as a big deal. However, when we have something to lose, something we care about, that's the real choosing, that's when the conflicts come and when we have to overcome them by making a decision.
I know there are some techniques to help us. Maybe the most known is the pros and cons list. It is great because we force ourselves to think rationally - most people will find it hard when their emotions are involved –, and our underlaying assumptions and feelings will have a chance to come up to the surface and we will have a chance to face them.
Giving up what we already know for something we don’t is a risk we are not usually willing to take. Then we ask ourselves: what is the desire coming from inside, from that deepest me? A pros and cons list is useful, it makes us think rationally and realize things covered from our consciousness. However, the decision must be taken from deep down inside, from a true desire of our souls.
Actually, what is stunning is that the decision has always already been made in a deepest level, generating conflict with our hardest layers, those closest to tangible life and attached to comfort and stagnation. It is interesting that, because a decision has been made, and because this decision conflicts with our hardest layers of being, we have to make a move, we are taken out of our comfort zone and obliged to choose. Maybe the conflict between the layers has been there for a while, but it has now reached the turning point.
And it is only when we have the courage to face all our layers that we can start giving up comfort to take one more step towards our own light. It is only then we start changing these layers into a more connected, consistent and whole version of ourselves. It is a very long and very rich process, something we could call "truly living".