"O Amor é a força mais abstrata, e também a mais potente que há no mundo"

(Mahatma Gandhi)







segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Quando meus olhos se encontram com a imagem do espelho, não aquela refletida no objeto reluzente, mas as várias imagens refletidas nos olhos que me olham... Esses olhos me acham diferente daquilo que eu queria ser. Esses olhos me olham de fora, de uma perspectiva crua, uma realidade nua, cinza e vermelha. Que casca eu criei, e por que a sustento?

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Que seja infinito enquanto dure

Desde que me foi apresentado, em algum dia no meu Ensino Fundamental, que eu me encantei pelo Soneto de Fidelidade, do Vinicius de Moraes. Foi o primeiro soneto que decorei e com certeza é o único que ainda guardo intacto na memória. Ainda assim, as duas últimas estrofes sempre me causaram grande desconforto. Questionava o poeta na minha cabeça, perguntando a ele porque a solidão teria que ser o fim de quem ama, e porque ele achava que o amor era apenas chama. Afinal, por que não poderia ser infinito pela eternidade? Não conseguia aceitar essa visão do amor, que para mim era tão limitada.
Com o tempo, brigava mentalmente com Vinicius de Moraes e Camões e argumentava que o amor de que falavam era o romântico, e não o amor verdadeiro. O que seria esse amor verdadeiro, eu não tinha certeza. Só sabia que a 1ª Carta aos Coríntios traduzia o que eu imaginava que ele pudesse ser. A minha tristeza foi tentar entender porque Renato Russo teria unido em Monte Castelo essas duas noções de amor tão distintas, da Carta e de Camões! Pensava “Renato, mas você juntou as duas coisas como se elas concordassem e se complementassem, mas elas são radicalmente distintas”!
E, assim, fui levando comigo essas noções do amor. Pensava que o amor romântico era o ideal dos que não tinham ainda aprendido a amar, e que o meu objetivo seria sempre o amor verdadeiro. Essa concepção me fez amadurecer, realmente; a olhar para o outro e enxergar a alteridade, um outro além de mim, diferente de mim, o qual procuro conhecer e compreender e para o qual procuro doar o melhor de mim. O amor então começou a estar intimamente relacionado, para mim, com a doação, o respeito, a paciência, a construção, a troca e o aprendizado.
Apesar disso, algo ainda estava desajustado: na minha concepção de amor, não havia finitude. Não era possível um amor terminar. Se terminou, é porque não era amor. E então o sofrimento da desilusão era sempre devastador. Mas afinal, se há desilusão é porque houve ilusão. E eu me perguntava: “o amor é uma ilusão? ”. E eu mesma respondia: “não, mas você constrói as ilusões. Você cria pessoas fictícias que atendem prontamente aos seus desejos e correspondem às suas expectativas, e isso não é amor”. Comecei a entender que o meu ideal de amor podia ser muito bom, mas que a minha forma de amar estava bem longe dele. Comecei a lidar com as minhas carências. Um dia elas me gritaram que eu morreria se ninguém me amasse. Um dia elas me mostraram que viver dentro de mim mesma era insuportável, e que eu precisava viver no outro, algum outro. Comecei a lidar com o meu egoísmo, o qual me separou das fontes infinitas de Amor, e o qual me faz não saber amar, nem a mim e nem aos outros.
Agora entendo que a minha recusa em aceitar a finitude do amor não vinha bem de uma posição filosófica, mas de uma resistência profunda em aceitar que o outro e as circunstâncias jamais estarão sob meu controle. Posso viver uma linda história romântica e ela acabar sem que eu queira, posso amar alguém que não me ama de volta, posso achar e desejar que seja para sempre, mas o sentimento dentro de mim mesma acabar. Acredito, e hoje aceito que minhas crenças estejam em constante metamorfose, que o amor verdadeiro seja realmente para a eternidade. Acredito que os laços criados pelo amor sejam indissolúveis, independentes de tempo e espaço. No entanto, acredito que o encontro romântico com o outro, esse encontro, do qual imagino terem falado Vinicius e Camões em seus sonetos, seja invariavelmente finito, e realmente chama.
O encontro romântico não é ilusão, mas é temporário. Dele pode surgir o amor verdadeiro, esse sim para a eternidade, mas isso não é garantia de que a união romântica seja eterna. A união ocorrerá enquanto houver troca e aprendizado. O amor sempre permanece, mas nem sempre a união. Continuo amando de forma diferente, e seguimos caminhos distintos.
O difícil é lidar com as perdas. Perda de tudo aquilo, meu, que depositei no outro. Perda de todas as crenças criadas para sustentar a ideia daquela relação. Perda do senso de completude alcançado na união, perda da esperança na felicidade. Depois de tantas perdas, podemos endurecer. Parece que para nós não é possível a felicidade com um par; parece que devemos trilhar o caminho solitários, e que se alguém aparecer – se aparecer – será apenas para aquecer o coração temporariamente, e logo partir. Tendo sido feitas todas as considerações acerca das carências e da necessidade de lidar com elas e de desenvolver o amor próprio, acredito que o desejo de uma união romântica seja completamente natural e saudável. Além disso, faz parte da minha natureza otimista acreditar que a possibilidade de uma união feliz esteja ao alcance de todos. Sendo assim, desejo que possamos recuperar tudo de nós que deixamos alhures, que possamos acreditar que o amor nos vem de diversas direções e sob diferentes formas, e que nenhuma delas nos é negada se mantivermos as portas e mente abertas. E, parafraseando Vinícius, que possamos dizer do amor (que tivemos): que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.

Links:
Soneto de Fidelidade
1ª Carta aos Coríntios 13
Amor é um Fogo que Arde sem se Ver
Monte Castelo

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Esboço

Liberdade. Que gosto ao pronunciar esta palavra! Mas afinal, o que seria a liberdade?
Sinto que sou livre quando as minhas possibilidades de escolha não são obstruídas pelos pesos que carrego. Quantas vezes sou levada - por partes periféricas de mim mesma, as quais ainda não consegui juntar num todo coerente - a fazer coisas que andam na direção oposta dos meus objetivos mais queridos? Quantas vezes construo uma lucidez mentirosa para justificar meus entraves? Quantas vezes insisto na dor e na recusa a crescer?

E quantas vezes percebo que há em mim a chance de reunir forças e romper as barreiras internas, refazer os caminhos externos e ir em direção a objetivos ainda mais queridos? Tenho a massa nas mãos e o poder, na mente e no coração, de me recriar a cada instante.

domingo, 20 de setembro de 2015

Segue!

Confia.
Você vai aprender, você vai entender.
A dor vai passar, o escuro vai clarear. Aqueles que você ama não serão esquecidos; todos eles serão amparados.
Só confia, alivia esse coração.
Entende que tudo está nas mãos do Pai.
Continua a acreditar, continua a seguir.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Pego a tinta que brota da minha alma e pinto a tela da minha vida. Canto a música que ouço de dentro e danço uma dança que é toda espontânea. Lá de dentro eu posso criar todas as cores e todas as melodias, e na dança eu brinco com aqueles que ficam lá fora. Às vezes consigo reconhecê-los como parte de mim, quando então a dança muda de ritmo. A vida é uma obra de arte!

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Desapega

Hoje passeava por diversos anseios, ia e vinha com dores e incômodos. De repente, havia me transportado para fora de mim uma vez mais. De repente, havia esquecido de mim e de uma voz interna que me fala, em meio a tanto barulho dos meus pensamentos. Lembrei, calei o barulho dos pensamentos e a erupção de sentimentos, e disse: “fala”. A voz me disse que a lição a ser aprendida é a do desapego. “Desapega, Cibele. De tudo o que você pensa que sabe, de tudo o que você quer. Desapega do que você não pode escolher. Simplesmente abra as mãos e solte.”

quinta-feira, 9 de julho de 2015

O que você tanto espera, menina?
Chega de demora, chega de espera!
Chega de sentar na janela
Chega de ver a vida passar
Paciência e resignação que te ensinaram
Não é cabeça baixa e conformismo,
Não é esperar o moço vir te buscar
É ir à luta
É ir à vida
É viver a vida
É ir esperando bem de dentro
Com o peito cheio
De uma esperança que é toda temperança
Paciência, complacência
Fortaleza
Então pega as rédeas do seu coração
Que ele te leva pro infinito de você mesma

Livre

Livre. Há algum tempo não estive
Entrelaçada nos seus fios,
Esqueci que é bom olhar de fora
E agora, que você quer que eu fique indo
Que você me deixa vindo,
Agora eu resolvi desembaraçar

terça-feira, 7 de julho de 2015

Algumas pessoas mergulham nas fantasias, nos desejos... eu não.
Mergulho naquilo que dói, no que incomoda, no que desajusta.
Eu até queria, mas não consigo comprar a ilusão,
O meu corpo me leva direto ao que faz sangrar.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A arte de reconhecer
Que tudo o que precisa
Já está dentro de você

Dança, menina, dança. Eleva os braços ao alto, e quando os trouxer de volta, deixe cair os laços que te prendem.
Esperança, a vida é cheia de idas e vindas, de encontros e despedidas, como o seu olhar cruza a lua nas noites de cheia e depois volta ao mundo vasto, calado.
Dança, menina, dança. Rememora os bons momentos e grava o que valhe a pena, marca no seu corpo o que te fez chorar e gozar, marca no seu corpo o aprendizado pra continuar a dançar.
Mas deixa o seu corpo seguir, confia. A pose que ficou tão boa é só fração de toda a dança, do seu corpo que te guia.
Então levanta. Corre atrás do vento, brinca com os passarinhos, com os bichos que te espreitam, com os vieses que te enleiam.
E que suas lágrimas e seus sorrisos sejam fluidos como o lago que ora corre, como seus braços que agora escorrem. Que o seu guia seja o não sei quê que vem de dentro, a luz que você guarda no peito.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Considerações sobre a semana dos namorados

Sobre precisar ter alguém

Na semana "dos namorados", as lojas e as propagandas veiculadas estão cheias de imagens de casais perfeitos e de sugestões de romantismo. Quem namora sente a angústia de precisar corresponder às expectativas do outro, com presentes, com palavras, com encontros, se pergunta se vai receber aquilo que deseja; quem não namora sente a angústia de estar sozinho, de não ter quem beijar ou pra quem comprar um presente.
Não vou criticar o capitalismo fora de nós, mas queria voltar a atenção pra esse buraco que grita em nosso estômago. Por que precisar de alguém? Por que estar sozinho é ruim, e por que ter alguém é bom? Quantos casais você conhece os quais possuem relacionamentos saudáveis e afeto genuíno? Quero dizer, quantos relacionamentos construídos com base no respeito mútuo, na apreciação mútua e no carinho mútuo? Quanto interesse há, de fato, na pessoa real do outro e quanto um está apenas à procura de suprir suas carências (emocionais, sexuais, financeiras, etc) no outro? Por que vemos tantas pessoas "namorando por namorar", "ficando por ficar"? Isso significa dizer que o outro, aquele com quem eu me relaciono, é apenas um objeto que satisfaz as minhas necessidades imediatas.
O importante, aqui, é pensar na razão pela qual estou com o outro, e lembrar que preciso pertencer a mim mesmo antes de ter condições de compartilhar um relacionamento amoroso. Pertencer a mim mesmo é estar bem acomodado dentro de mim, gostar da minha própria companhia, cuidar de mim. Não é egoísmo, é prerrogativa pra não ser tirano.


Sobre o amor fácil

Tanta expectativa, tanta cobrança, tanto egoísmo. Tenho lido textos que reforçam o pensamento de que o amor precisa ser fácil, como aquelas frases que as pessoas escrevem dizendo que só se importam com quem se importa com elas, que tratam o outro assim como são tratadas. Sem contar as publicações requintadas de sabedoria afirmando que devemos escolher quem não tem problemas, quem nos ama "de graça".
Ora, é assim no trabalho, na vida? Eu devo escolher só o que é fácil?
Se não é assim na vida, por que deveria ser nas relações? E se não é nas relações em geral, por que deveria ser no âmbito do romântico?
Ah, porque não queremos sofrer... Não merecemos. Não merecemos sofrer a angústia de não ter o que queremos. Por isso aguentamos o chefe autoritário e o trabalho que frustra, mas não suportamos querer um novo celular e não comprar, desejar uma roupa nova e não vestir. E porque no mundo íntimo ficamos expostos em carne viva, não suportamos se não tivermos a certeza da reciprocidade. Justo, quem não quer reciprocidade? No entanto, quem está disposto a construir, a expor a carne viva sem garantias, sem certezas do que virá?
Valorizar a mim mesmo e saber quando o outro me desrespeita e me desconsidera, respeitar os meus próprios limites, isso é amor próprio. Mas exigir que o outro sempre me dê aquilo que eu desejo, da forma como eu desejo, quando eu desejo, isso é egoísmo e imaturidade.
Meus avós me ensinaram que o amor tem a ver com paciência.


Sobre estar em um relacionamento

Estar com alguém em uma relação íntima deveria ser sinônimo de compartilhamento, crescimento, compreensão, e como mencionado acima, respeito, afeto e apreciação mútuos. Estar com alguém é oportunidade ímpar de crescimento pessoal, porque é em uma relação íntima com o outro que as minhas crenças, feridas, dificuldades e forças são postas à prova; na relação com o outro sou forçado a sair da minha zona de conforto, a tentar olhar e compreender com profundidade um universo diferente do meu, a andar ao lado de alguém que me desperta sentimentos diversos e que me traz constantes desafios.
Mas estar com alguém não é fácil, é muitas vezes doloroso. É muito comum que eu projete no outro os meus conteúdos, e que comece a confundir, por carência e imaturidade, o que é meu e o que não é. E então nascem os ciúmes, as frustrações, a raiva, as mágoas... Acontece de eu não conseguir lidar com o diferente... Mas tudo isso porque eu não consigo lidar comigo, e muitas vezes o outro me força, me obriga a olhar pra tudo em mim que eu não suporto ver.
Relacionamento não tem manual de instruções, não tem certo ou errado, não é possível generalizar. Mas relacionamento precisa de alguns ingredientes pra durar, dentre os quais suponho serem a paciência, a persistência, o afeto sincero, a vontade de compreender a si e ao outro, e a busca pela melhora.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

The moon - A lua

And when the moon shines amongst the clouds, let it also enlighten our very shadow
E quando a lua brilhar por entre as nuvens
Que ela também esclareça nossa própria sombra

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Desistir | Giving up

Desistir é difícil. Em nossas vidas adultas, desistimos constantemente sempre que fazemos uma escolha. Na maior parte das vezes, no entanto, desistir não é tão difícil, porque, quando se trata da maior parte das escolhas, não estamos realmente envolvidos com as opções que deixamos para trás – porque estamos mais interessados na que escolhemos ou porque não estamos emocionalmente envolvidos. O problema é quando precisamos escolher. A questão é que fazemos escolhas o dia todo, automaticamente, e mesmo quando precisamos pensar a respeito delas isso não nos afeta como algo importante. No entanto, quando temos algo a perder, algo com o qual nos importamos, aí está o escolher de fato, quando os conflitos aparecem e precisamos superá-los tomando uma decisão.
Há algumas técnicas para nos ajudar, como uma lista de prós e contras. É ótimo porque nos forçamos a pensar racionalmente – muitas pessoas acham difícil quando estão emocionalmente envolvidas –, e nossas premissas e emoções inconscientes terão a chance de se mostrar.
Desistir de algo que já conhecemos, com o qual já estamos acostumados, é um risco que não costumamos estar dispostos a correr. E então nos perguntamos: qual é o desejo que vem de dentro, do meu eu mais profundo? Uma lista é útil, nos faz pensar racionalmente e perceber coisas cobertas de nossa consciência. No entanto, a decisão deve ser tomada nas profundezas de nosso ser; ela deve vir de um real desejo de nossas almas.
O que é realmente assombroso é que a decisão já foi tomada em um nível mais profundo, gerando conflito com as nossas camadas mais superficiais e duras, aquelas mais próximas da vida tangível e apegadas ao conforto e à estagnação. O que é interessante é que, porque uma decisão já foi tomada, e porque essa decisão gera conflito com as camadas mais duras de nós mesmos, precisamos nos mover, somos retirados de nossa zona de conforto e obrigados a escolher. Talvez o conflito entre as camadas já tenha estado presente por algum tempo, mas chegou ao ponto decisivo. E é apenas quando temos a coragem de encarar todas as nossas camadas que podemos começar a desistir do conforto e dar mais um passo em direção à nossa própria luz. É apenas então que começamos a mexer em todas essas camadas e transformá-las em uma versão mais conectada, consciente e completa de nós mesmos. É um processo longo e rico, algo a que poderíamos chamar “viver verdadeiramente”.

Giving up
Giving up things is difficult. In our adult lives, we do it constantly every time we make a choice. Most of the time, though, giving up is not so hard, because, when it comes to most choices, we are not really attached to the options we're leaving behind - whether we're more interested in the one we chose or we're not really interested in the subject, not emotionally involved. The problem is when have to make a choice. The thing is, we make choices all day long, automatically, and even when we have to think about them, it doesn't usually strikes us as a big deal. However, when we have something to lose, something we care about, that's the real choosing, that's when the conflicts come and when we have to overcome them by making a decision.
I know there are some techniques to help us. Maybe the most known is the pros and cons list. It is great because we force ourselves to think rationally - most people will find it hard when their emotions are involved –, and our underlaying assumptions and feelings will have a chance to come up to the surface and we will have a chance to face them.
Giving up what we already know for something we don’t is a risk we are not usually willing to take. Then we ask ourselves: what is the desire coming from inside, from that deepest me? A pros and cons list is useful, it makes us think rationally and realize things covered from our consciousness. However, the decision must be taken from deep down inside, from a true desire of our souls.
Actually, what is stunning is that the decision has always already been made in a deepest level, generating conflict with our hardest layers, those closest to tangible life and attached to comfort and stagnation. It is interesting that, because a decision has been made, and because this decision conflicts with our hardest layers of being, we have to make a move, we are taken out of our comfort zone and obliged to choose. Maybe the conflict between the layers has been there for a while, but it has now reached the turning point.
And it is only when we have the courage to face all our layers that we can start giving up comfort to take one more step towards our own light. It is only then we start changing these layers into a more connected, consistent and whole version of ourselves. It is a very long and very rich process, something we could call "truly living".

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Tempestade

Nos momentos turbulentos, crescemos. É diante dos desafios que vamos além daquilo que somos e conquistamos lugares dentro de nós. É diante do desconhecido, do que causa medo, do que incomoda, que mudamos e ascendemos.
Por isso, gratidão por cada dificuldade, cada desafio e cada desafeto. O mundo está aí para mudarmos o que precisamos dentro de nós e então sermos a necessária mudança dentro dele, em uma eterna dança, troca mútua, crescimento certo.

sábado, 11 de abril de 2015

A comida

A comida, entrando pela boca, representa o alimento que tenta preencher a nossa fome, de origem além da física, ou o objeto o qual desejamos destruir, voltando a destruição para dentro e implodindo.
O comer é uma representação, de toda a frustração que machuca, de toda a raiva que nos recusamos a por pra fora, de todos os limites que falhamos em impor.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Grow up - Crescer

How hard it can be to grow up. Letting go of people and taking responsibility for your life. Then understanding that all addictions are psychologycal crutches which serve you as imediate pleasure, like you're still a demanding child who thinks everything you want has to be there whenever you desire. Just because you have replaced other people with objects it does not mean you have become an adult. You have probably receded to a place where you are omnipotent and must be worshiped.
How hard it can be to let go of that. To realize you are hurting yourself and preventing yourself from growing emotionally. Growing up means pain will be there and you will be alone, and at first it will really hurt, but then you will become stronger day by day and it will all be easier. You will see with different eyes and new lessons will come. You will no longer hurt so much. It's worth the trip.

Como pode ser difícil crescer. Desapegar-se das pessoas e assumir a responsabilidade pela vida. E então entender que todos os vícios são bengalas que servem como prazer imediato, como se você ainda fosse uma criança difícil que precisa ter tudo o que deseja. Só porque você substituiu pessoas por objetos não significa que você creceu. Você provavelmente regrediu para um lugar onde é onipotente e precisa ser venerado. Pode ser difícil deixar isso pra trás. Perceber que você está se machucando e impedindo a si mesmo de crescer emocionalmente. Crescer significa que vai doer e que você vai estar sozinho, e que primeiro vai doer muito, mas que você vai ficar mais forte a cada dia e vai ser mais fácil. Você vai enxergar com novos olhos e mais lições virão. Não vai mais doer tanto. A estrada vale a pena!

domingo, 8 de março de 2015

Guia para começar a semana

Quero começar a semana com algumas orientações (auto-direcionadas) em mente:

1. Aceitação incondicional - Aceitação incondicional de mim mesma, de todas as situações da vida, e de todas as pessoas à minha volta.
2. Gratidão - Por cada minuto, cada vivência.
3. Desprendimento das ilusões - Desprender da ilusão do ego, do eu, da personalidade. Desprender da  ilusão da posse. Desprender da ilusão do controle. Desprender da ilusão do tempo. Desprender da ilusão da separação.
4. Compreender para amar. Se a compreensão de si e do outro leva ao amor, que esse seja o caminho para amar mais, cada dia um pouco mais. Que eu possa olhar a mim e a meus irmãos com olhos de genuíno interesse, profundo respeito e sincera empatia.

quarta-feira, 4 de março de 2015

História de amor num minuto

Um dia, entre milhares de outros dias, nos reencontramos. Nossos olhos se reconheceram e nossa amizade renasceu. Decidimos dar as mãos e unir nossos mundos. Foi bom, seguíamos a mesma direção e o intercâmbio entre os nossos mundos era fluído e rico. Um dia te mostrei o cume de uma montanha e te chamei pra vir comigo, mas você me mostrou o cume de outra montanha e me chamou pra ir com você. Resolvemos pensar, mas as montanhas nos chamavam mais do que podíamos resistir, então nos despedimos. Foi doce. Lembramos da pouca bagagem que trazíamos quando nos reencontramos e agora, olha!, as mochilas estão mais cheias. Abraçamos, demoramos um pouco porque partir era difícil. Partimos, algumas lágrimas vertidas, secadas depois pelo sol que brilhava atrás das montanhas. Aquela ponte que existia entre nós existirá sempre. Um dia, quem sabe, podemos nos reencontrar e seguir mais um pedaço do caminho, ou cada qual em sua montanha, voltar a caminhar com outro par, com o qual a ponte é maior, e com o qual continuará seguindo por mais tempo. Uma hora nos separamos, porque a individualidade é inexorável - até que voltemos ao mar.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Linha tênue entre doar e recortar

Fazer as coisas em primeiro lugar para si mesmo não é egoísmo.
Às vezes nos escondemos atrás da máscara do amor e do altruísmo dizendo que fazemos pelo outro porque amamos, quando na verdade estamos fazendo pelas nossas carências e pelo nosso orgulho, muitas vezes nos machucando porque ainda não aprendemos o autoamor.
Como pode ser a lógica de amar o outro quando eu não conheço o amor por mim mesmo?
Enquanto não desenvolvermos o amor altruísta verdadeiro, precisaremos fazer as coisas por nós mesmos, e é precisamente a partir do autorrespeito e da auto-aceitação que desenvolvemos o amor.
É preciso impor limites nas relações e fazer isso a partir do autorrespeito. Não significa não fazer coisas por quem amamos, mas não fazer quando com isso estamos nos machucando, nos traindo. E quando fizermos, que seja com amor, e sem sentirmos que um pedaço de nós está indo embora.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Fênix

A habilidade de renascer das próprias cinzas. Não com glória, mas com fragilidade, exposição e um pouco mais de consciência adquirida, pra alçar novos voos no futuro. Por enquanto, a recuperação paciente e o vislumbre de um tempo quando o morrer não será mais necessário.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Ajustando as lentes

A vida às vezes cansa. A gente fica tão machucado, tão cansado, com tanta dor. A gente fica achando que não vai conseguir, que é impossivel pra nós.
Mas o importante é a gente continuar, mesmo que tudo pareça tão lento e tão ineficiente. Então seremos agraciados com algumas surpresas.
As pequenas mudanças que nos propomos a fazer, a vontade íntima de melhorar e de seguir em frente, dão frutos. De repente percebemos coisas que sempre estiveram ali, bem à nossa frente, mas as quais nunca tínhamos visto. É como se os pequenos passos, as pequenas mudanças, fossem ajustando o grau dos óculos com os quais enxergamos o mundo. E aí conseguimos entender porque algumas pessoas iluminadas vêem milagres por toda a parte: porque elas ajustaram tanto a lente que perderam os óculos. Imagino que elas vêem amor por toda a parte, porque é a verdade de tudo.
Enquanto essa realidade ainda está distante pra nós, basta continuarmos. De vez em quando, vamos receber os sinais de que estamos no caminho certo e teremos mais conforto e mais alegria. E cada vez que perdermos um grau nos óculos o mundo vai ficar um pouco mais bonito. Acreditem :)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Today

Today, I just wanted to breathe
Feel the air running through my veins and connect to Nature as if we were one
As if I had not become split, divided, incomplete

As if I had never made mistakes, as if I had always lived connected to Her