É da penumbra que ela me olha.
Com os olhos perversos e sádicos me espreita.
E ela desfere inúmeros golpes.
Nada que me impeça de continuar a andar,
no esforço inumano que faço para fingir que ela aqui não está.
Mas ela sabe onde mirar...
Com um sorriso ela aponta e me olha
(eu aqui infeliz, imaginando ainda poder ileso seguir).
Sorri e espera a próxima chance,
prevendo o deleite do instante em que eu, combalido e demente,
não terei forças para continuar a ignorar, simplesmente.
Mal sabe ela que eu, prevendo o final, me antecipo, e digo:
"vem, vem que eu não vou mais ser covarde.
Te noto, te abraço e te reconheço como de mim uma parte."