"O Amor é a força mais abstrata, e também a mais potente que há no mundo"

(Mahatma Gandhi)







domingo, 29 de maio de 2016

Olhar os outros mundos


Vejo que os corações andam endurecidos. Parece que aprendemos a nos esconder sob uma máscara de uma suposta racionalidade distante. Esta serviria, talvez, para amortecer as quedas que um coração aberto sofre no início de sua abertura, mas no fim ela acaba por impedir a própria vivência do amor. É debaixo dessa máscara que nos protegemos dos carinhos sinceros, das preocupações legítimas, dos pedidos de socorro, das dores da injustiça; assim podemos continuar marchando à busca de um algo que não sabemos muito bem o que é, mas que esperamos que um dia chegue. Talvez seja a segurança financeira, talvez o sucesso profissional, talvez seja mesmo um estado interior de paz, quando finalmente nos sentiremos seguros para amar.

Não acho que seja possível para nós, meros mortais, chegar a este estado interior de paz sem que passemos pelo aprendizado do amor verdadeiro nas relações com os mais íntimos. Não falo apenas de relacionamentos afetivo-sexuais, apesar de pensar que sejam os que mais intensamente permitam o aprendizado, mas de qualquer relacionamento: abrir o coração para o amor nas relações entre pais e filhos, irmãos, amigos e, claro, amantes.

Para começar, por que não abrir os olhos e o coração para receber um mundo diferente, desconhecido? Abrir os olhos e o coração para receber esse mundo o quanto ele próprio estiver disposto a se mostrar, sem julgamentos, classificações ou pretensões. Olhar o outro e reconhecer o outro como ele é, o quanto ele estiver disposto a mostrar e o quanto pudermos captar.

Há muitas dores e nós a serem enfrentados e desfeitos antes de podermos ser capazes de experimentar o amor mais plenamente. Amar e ser amado dói, apesar de a carência afetiva provocar tantas tempestades e tão comumente; é que é mais fácil dar e conseguir uma dose sintética e rápida de amor, que mantém o sangue aquecido, do que se dar ao trabalho de construir, com paciência, persistência e força de vontade, uma abertura que mexe profundamente com a gente.

O amor faz com que sejamos mais compreensivos e tolerantes. A discriminação por conta de orientação sexual, orientação política, etnia, gênero, etc fica no passado! Imagino que porque pessoas amorosas estejam menos propensas a projetar o mal nos outros.

Acredito que haja tempo para tudo nessa vida! Mas que possamos dar e receber mais amor, olhar com olhos mais amorosos o mundo e os mundos dos outros, enquanto vamos lentamente desfazendo os nós profundos que nos impedem de amar mais.

Namastê!

Nenhum comentário:

Postar um comentário