Amigo, eu preciso te dizer: amar
dói. Parece que o amor te inunda e começa a limpar tanta coisa, que você nem
sabia que tava lá...
Primeiro me veio uma raiva louca,
de tudo e de todos. Daí eu resolvi não brigar com a raiva: deixei ela ficar. Só
não dei comida!
Depois veio um desespero, dizendo
que eu tinha me agarrar a alguma coisa fora de mim pra viver. Daí eu deixei o
desespero ficar também, só não deixei ele conseguir o que queria lá fora. Disse
a ele que podia ficar, mas tinha que ser dentro de casa. Ele aceitou!
Depois, amigo, eu fui lembrando
de algumas pessoas, e querendo ficar mais perto delas. Daí fiquei! E comecei a
perceber que eu tinha machucado essas pessoas, quando tava sentindo muita
dor... Daí começou a doer.
A raiva já tinha ido embora, o desespero
tava bem menor, sentado quietinho lá no fundo, mas a dor veio e pintou todas as
paredes com lembranças. Ela desembaçou meus óculos e foi me apontando cada
desenho, pra eu sentir um pouco da dor que tinha causado. A dor parece que foi
a mais compreensiva. Acho que ela queria dizer que ainda havia tempo, e que
agora com o amor ela podia ter outras funções...
Olha, eu não sei não como vai
continuar sendo essa coisa de amor, mas eu sei que mesmo com todas as paredes
pintadas pela dor, parece que eu tô mais feliz.
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